Camões, um desenho escrito

 

 

Esta peça comemorativa foi encomendada pela Biblioteca Camões no âmbito das comemorações do V Centenário do Nascimento de Luís Vaz de Camões, para ficar exposta na receção da biblioteca, no andar nobre do Palácio Valada-Azambuja, no Largo do Calhariz, Bairro Alto, Lisboa. Sendo uma obra concebida especificamente para este local, pretende-se que, à medida que os visitantes sobem as escadas em direção à biblioteca, comecem a reconhecer a imagem de Camões. Nos passos seguintes a obra revela-nos que os traços são compostos por palavras, e chegados ao balcão da receção, podemos ler várias frases e versos da autoria de Camões.

 

O caráter verdadeiramente singular desta obra reside na técnica utilizada: uma máquina CNC, programada para escrever digitalmente, é responsável por desenhar cada linha e cada palavra que compõem o retrato. Toda a produção foi realizada pela IMPERSOL, empresa portuguesa que atua nas áreas da Arquitetura, Design e Comunicação Visual desde 1979.

 

Esta peça pretende simbolizar a fusão entre a arte tradicional e as novas tecnologias. É uma celebração do passado e do presente, reunindo história, inovação e criatividade num tributo visual e literário a um dos maiores escritores de Portugal. A utilização da tecnologia CNC permite uma precisão extraordinária, capturando não só a imagem do poeta, mas também a essência da sua escrita, transformando as suas palavras em traços visuais. Cada detalhe do retrato é construído com cuidado, utilizando excertos de “Os Lusíadas” e outros textos de Camões, criando uma ligação íntima entre a imagem e a literatura.

 

Adão Conde
10 de junho de 20224

 

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